Nassif: Livro discute força do câmbio no debate econômico nacional
Trabalho de Pedro Rossi aponta como formação cambial vem sendo sistematicamente influenciada pelas forças do mercado financeiro
Jornal GGN – Livro aponta como a formação da taxa de câmbio no Brasil vem sendo sistematicamente influenciada pelas forças do mercado financeiro. O trabalho, assinado pelo economista e Diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON) da UNICAMP, Pedro Rossi, faz uma avaliação contundente de um mecanismo primordial no debate econômico do país, afinal, é só lembrar que a sobrevalorização cambial é responsável pela fragilização da indústria brasileira e, por outro lado, a desvalorização abrupta eleva a inflação.

Além de examinar o comportamento da taxa de câmbio no país, o livro – Taxa de câmbio e política cambial no Brasil: teoria, institucionalidade, papel da arbitragem e da especulação, lançado pela Editora FGV -, aborda o impacto das políticas cambiais, regulação, estratégia de investimento, operação no mercado e canais de arbitragem.
Importantes economistas já se manifestaram sobre o trabalho de Rossi. O professor Yoshiaki Nakano declarou que Rossi desfaz o pensamento comum de economistas (sejam ortodoxos ou heterodoxos) de que a taxa de câmbio é determinada pelo fluxo cambial. “[Esse livro] mostra como a taxa de câmbio no Brasil decorre de uma complexa interação entre o mercado de derivativos e o mercado à vista e mostra como a especulação cambial tem um papel fundamental nessa formação”.
Roberto Giannetti da Fonseca destacou: “Talvez seja redundante afirmar que a taxa de câmbio é o principal preço de qualquer economia, pois de certa forma ela determina os preços relativos entre mercadorias e serviços de distintos países e regiões do mundo, influencia entre outras variáveis econômicas as taxas de juros, de inflação, de salários, e é fator determinante de crescimento econômico. No entanto, em face da evolução da globalização dos fluxos financeiros nas últimas décadas, a formação da taxa de câmbio passou por profunda e complexa transformação”.
E professor Luiz Carlos Bresser-Pereira elogiou a abordagem. “Os economistas ainda não se deram conta do papel estratégico da taxa de câmbio e do déficit em conta-corrente; só pensam em taxa de juros e déficit público. Pedro Rossi não cai neste erro.”
Veja à seguir o material de divulgação
Editora FGV lança obra sobre o mercado de câmbio e políti¬ca cambial no Brasil
No Brasil, a taxa de câmbio está — recorrentemente e por motivos variados — no primeiro plano do debate econômico nacional. Por vezes, a sobrevalo¬rização cambial é o principal problema apontado sob pena da fragiliza¬ção da indústria brasileira; por outras vezes, os rápidos processos de desva¬lorização e seus efeitos inflacionários tornam-se o centro das preocupações, ou ainda, períodos de alta volatilidade são destaques ao provocar indefini¬ção, incerteza e perplexidade nos analistas econômicos. Essa alternância de motivos para a centralidade do câmbio no debate econômico é também um sintoma das especificidades da formação da taxa de câmbio brasileira e da di¬ficuldade da política cambial em dar um tratamento definitivo ao problema.
O comportamento da taxa de câmbio no Brasil e o impacto de políticas cambiais são analisados na obra Taxa de câmbio e política cambial no Brasil, publicada pela Editora FGV, sob a perspectiva do quadro regulatório, da operacionalidade do mercado de câmbio, das mediações entre os mercados à vista e futuro, da estratégia de investimento dos agentes, dos ciclos especulativos e da existência de canais de arbitragem.
O livro do economista Pedro Rossi não pretende discutir qual seria o nível adequado da taxa de câmbio no Brasil, e sim apontar como sua formação vem sendo siste¬maticamente influenciada pelas forças do mercado financeiro e descrever os canais pelos quais as políticas públicas podem ser efetivas. Para isso, a obra apresenta as respostas para questões como: por que o fluxo cam¬bial não explica a trajetória da taxa de câmbio real/dólar? Qual o papel do mercado de derivativos na formação da taxa de câmbio? Como a pressão especulativa é transmitida do mercado futuro para o mercado à vista? Quais os agentes responsáveis pela especulação e pela arbitragem? Entre outras.
Taxa de câmbio e política cambial no Brasil: teoria, institucionalidade, papel da arbitragem e da especulação. Pedro Rossi – Editora FGV