Custos fiscais da política monetária: os efeitos indiretos de um choque de juros sobre a dívida líquida do setor público
Revista de Economia Política | Laura Carvalho, André Diniz, Ítalo Pedrosa e Pedro Rossi
Resumo: O artigo estima o custo fiscal de um aumento da taxa básica de juros da economia considerando não apenas os efeitos diretos sobre a remuneração dos títulos indexados à SELIC, mas também os efeitos indiretos que incidem sobre: (i) a remuneração dos títulos públicos indexados ao câmbio e à inflação; e (ii) o estoque da dívida líquida do setor público, através do ajuste patrimonial das reservas internacionais. As projeções se baseiam na estimação da relação entre taxa básica de juros, taxa de câmbio e inflação a partir de um modelo de vetores autorregressivos. Conclui-se que os efeitos indiretos têm impacto indeterminado sobre a taxa de juros implícita da dívida pública quando não se considera o ajuste no valor das reservas internacionais ocasionado pelo impacto da SE LIC na taxa de câmbio. A inclusão desse efeito patrimonial pode amplificar substancialmente o custo fiscal de uma política monetária restritiva, indicando a necessidade de uma maior articulação entre as políticas monetária, fiscal e cambial no Brasil.
Palavras-chave: estrutura da dívida pública brasileira; política monetária; nexo juroscâmbio; reservas internacionais; sustentabilidade da dívida
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